segunda-feira, 31 de outubro de 2011

SEDAÇÃO PARA EXAMES - "EU NÃO TE DISSE!"

"Eu não te disse!". Esta foi a frase que me deu vontade de falar, ou de gritar, para o anestesista que sedou a Helena para a última tomografia que ela fez. A Helena faz periodicamente eletroencefalogramas e tomografias para a acompanhamento da evolução da Leucomalácia, estes exames, a partir de uma certa idade, são feitos com a criança sedada, já que é necessário que a criança permaneça imóvel por um tempo razoável. A Helena tem um histórico de depressão respiratória quando sedada. Nas cirurgias ou ela ficava hipotensa (quando ainda estava na ventilação mecânica), ou, como na última cirurgia, sofreu uma parada cardio respiratória. Mesmo com o Lorax, sedativo comum e considerado leve, ela tinha quadros de depressão respiratória que atrasaram a extubação.
A única sedação que até hoje não causou problemas foi o Hidrato de Cloral, conhecido sedativo hipinótico, que ela tomou (pela gastro mesmo), para os eletroencefalogramas e o evocado visual. O Hidrato de Cloral, famoso "Boa Noite Cinderela", é um sedativo que desde o século XIX é utilizado em larga escala e em pequenas doses provoca um sono profundo que dura cerca de 40 minutos e depois é eliminado via urina pelo organismo. Não digo que é a melhor experiência porque sedar é sempre um estresse para mim que vi todos os acidentes pós-sedação da Helena, mas pelo menos ela reagia bem, acordava direitinho e não apresentava nenhum sintoma de déficit respiratório.
Enfim, nesta última tomografia, já na entrevista com o anestesista que acompanharia o procedimento, eu relatei todos os episódios e frisei a experiência, que dentro da realidade dela, pode ser considerada positiva, com o Hidrato de Cloral. Ele disse que a sedação com o hidrato não era segura, que a muitos anos eles não mais usavam este medicamento, que ela seria monitorada e que o anestésico, no caso inalatório, era mais seguro e seria eliminado pelo próprio trato respiratório, o que o traz a dita maior segurança. Eu estava sozinha com a Helena, fiquei apreensiva e assustada, afinal estava assumindo o risco. Decidi contar a ele também que a Helena tem paralisia das pregas vocais e o palato mole situação que, além de problemas de deglutição, pode provocar também um fechamento da traquéia em casos de sedação. Mas, foi como se eu tivesse falado "bobobobobobobobobobobobobo..." e veio a pergunta inevitável "Você é da área da saúde?". Antes me sentia lisonjeada com esta pergunta, para mim significava que eu estava utilizando os termos corretos e que entendia um pouco do que se passava com minha filha. Hoje já não penso mais da mesma forma, quando me fazem esta pergunta tenho certeza que querem dizer "Já que você não é da área da saúde ponha-se no seu devido lugar e deixe que que faça minha parte, ok?".
E assim foi, concordei com a sedação e me vi obrigada a sair da sala e deixar a Helena ainda acordada e super assustada. Aproximadamente 20 minutos depois vi um movimento de correria e uma enfermeira buscando uma medicação e um ambú. Fiquei desesperada e tentei entrar na sala mas fui impedida já que o exame iria começar...esperei mais dez minutos até que o anestesista apareceu com a Helena no colo, já acordada e chorando muito. Perguntei se estava tudo bem e ele me disse que sim, que ela realmente é um bebê que sofre de depressão respiratória se sedada e que o palato mole acaba fechando a traquéia. ELE REPETIU A MINHA FALA!!!!!!!!!!!!!
Enfim ele teve que medicar e fazer uma "manobra" como eles chamam para reverter o quadro de depressão. Resta saber quando os médicos vão dar atenção as mães e não ficar pensando que somos neuróticas e morremos de medo de tudo. Fiquei indignada coma situação e fiz uma queixa com a neuropediatra que acompanhava o procedimento. Não sei se vai adiantar, mas eu, no próximo exame, não vou aceitar a sedação via inalatória e se quiserem terão que utilizar o hidrato de cloral mesmo!
A Helena passou o resto do dia chorona e parecia revoltada a cada vez que lembrava do exame...acredito que o ambú e a manobra a deixaram assustada, daí a nervosia e o chororô. O que fica de aprendizado: NINGUÉM MAIS DO QUE AS MÃES SABEM OBSERVAR E DIAGNOSTICAR SEUS FILHOS, MESMO QUE NÃO SEJAMOS DA ÁREA DA SAÚDE OS OBSERVAMOS 24 HORAS POR DIA E POR ISSO SOMOS DOUTORAS EM HELENA, ANTONIO PEDRO, VITORIA, EDUARDO...

2 comentários:

  1. ta certissima sandra. tb ja passei situacoes de inseguranca por achar q n estavam me dando ouvidos e acabei 'confiando' nos profissionais, pra depois ver como eu tinha mesmo razao. hj, n deixo mais ninguem meter a mao ou fazer com o meu filho o q eu sei q n funciona. mas, as vezes, acontece algo assim. nosso ultimo episodio foi quando insistiram em colocar a sonda nasal nele no copa d`or. eu sabia q ele n suportava e q ia acabar n dando certo. n deu outra... mais uma licao. enfim, e isso ai. a gente precisa confiar mais na gente. e, infelizmente, os medicos e etc tinham q nos ouvir mais sim. e, olha, antonio tb tomou o hidrato de cloral para fazer todos os eletros e ninguem aqui nunca disse q era ultrapassado...
    beijo

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  2. concerteza
    ja aconteceu cmg tbm um caso parecido mas emfim
    mãe sabe muito bem o que diz ao médico
    nao somos loucas sabemos o que fazemos

    bjinho e nao deixe mas msm vc sabe o que dizz

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