Meu pequeno búlgaro
Diogo Mainardi
"Eu achava que as palavras
eram inofensivas. Para mim,
o politicamente correto era folclore. Já não penso assim"
eram inofensivas. Para mim,
o politicamente correto era folclore. Já não penso assim"
Um dia meu filho talvez reclame desta coluna, dizendo que tornei público seu problema. O fato é que a paralisia cerebral é pública. No sentido de que é impossível escondê-la. Na maioria das vezes, acarreta algum tipo de deficiência física, fazendo com que a criança seja marginalizada, estigmatizada. Eu sempre pertenci a maiorias. Pela primeira vez, faço parte de uma minoria. É uma mudança e tanto. Como membro da maioria, eu podia me vangloriar de meu suposto individualismo. Agora a brincadeira acabou. Assim que soube da paralisia cerebral de meu filho, busquei apoio da comunidade, entrando em tudo que é fórum da internet para ouvir o que outros pais em minha condição tinham a dizer sobre os efeitos colaterais do Baclofen ou sobre a eficácia de tratamentos menos ortodoxos, como a roupa de elásticos dos astronautas russos usada numa clínica polonesa.
A paralisia cerebral de meu filho também me fez compreender o peso das palavras. Eu achava que as palavras eram inofensivas, que não precisavam de explicações, de intermediações. Para mim, o politicamente correto era puro folclore americano. Já não penso assim. Paralisia cerebral é um termo que dá medo. É associado, por exemplo, ao retardamento mental. Eu não teria problemas se meu filho fosse retardado mental. Minha opinião sobre a inteligência humana é tão baixa que não vejo muita diferença entre uma pessoa e outra. Só que meu filho não é retardado. E acho que não iria gostar de ser tratado como tal.
Considero-me um escritor cômico. Nada mais cômico, para mim, do que uma esperança frustrada. Esperança frustrada no progresso social, na força do amor, nas descobertas da ciência. Sempre trabalhei com essa ótica antiiluminista. Agora cultivo a patética esperança iluminista de que nos próximos anos a ciência invente algum remédio capaz de facilitar a vida de meu filho. E, se não inventar, paciência: passei a acreditar na força do amor. Amor por um pequeno búlgaro.
todo o nosso amor aos pequenos búlgaros que são os maiores vitoriosos contra as verdadeiras adversidades da vida...
Querida Sandra.
ResponderExcluirEncontrei seu blog atarvés do da Vitória de Cristo...
Sou mãe de uma bonequinha chamada Mariana. Após seu nascimento minha vida mudou completamente.
Deus está muito feliz em saber que você nunca desistiu de seus lindos bebezinhos.
Nosso amor é incondiconal, e muito, muito forte.
Ser mãe é algo indiscritivél.
Deus está imensamente feliz por vocês amarem seus filhos independentes de qualquer coisa.
Creia em Deus sempre!
Ele está com vocês!
Bjs! Grande