Já escrevi outras vezes sobre o
uso da gastro pela Helena, como chegamos até ela e como permanecemos com ela
até hoje...acredito, na maior parte do tempo que a alimentação por sonda, para
a Helena (que fique bem claro, pois cada criança tem seu histórico e reações
das mais diversas com este tipo de nutrição), foi benéfica pois proporcionou a
ela nos momentos principais de aquisição de habilidades via estímulo externo
uma condição nutricional ótima. Nós aqui em casa sabemos bem que quando a
Helena está cansada as terapias não rendem bem e consequentemente não têm o
mesmo efeito a médio e longo prazo na sua habilitação (como diz a querida
Adriana queridoap.blogspot.com.br).
Mas, eis o famoso mas...a Helena
entrou em uma fase de querer mesmo comer (UHU!!!!) claro que biscotinhosssss e
chipssssss como ela mesmo pede e outras questões agora estão em pauta...como a
Helena vai comer brócolis, beterrada, cenoura, couve e outras coisinhas que já
fazem parte da sua alimentação diária e que não são, venhamos e convenhamos, as
delícias dos chips e biscoitinhos? Mais importante que este primeiro
questionamento é como a Helena vai se acostumar com o volume?!!! Impressiona-me
quando pergunto isto aos médicos e a fono dela e eles respondem que com o tempo
ela se acostuma. Sinceramente, duvido!
Não encontrei nenhum, gastroenterologista,
nutricionista, cirurgião ou fonoaudiólogo que me desse uma resposta adequada
para esta questão. Pois bem a Helena nunca, nunquinha tomou uma refeição em
menos de uma hora, ou seja, o volume que uma criança ingere em no máximo 10
minutos é ingerido pela Helena em, pelo menos seis vezes mais tempo! O estômago
é um músculo que relaxa e “cresce” à medida que aumentamos o volume de
alimentos ingeridos geralmente em espaços de tempo iguais. Tentamos diminuir o
tempo de infusão das dietas da Helena, mas ela sempre fica indisposta e
nauseada, lógico que é porque seu estômago não comporta o volume, certo? O
estômago da Helena não “relaxou” porque ele recebe mais ou menos 5 ml de
alimento líquido ou pastoso por minuto enquanto a sua capacidade de vazão (que
muda com a idade e peso) é de , no mínimo 6,5 ml por minuto. Esta continha
mostra uma defasagem de 1,5 ml o que traduzindo em miúdos mostra que a Helena
nunca está de estômago cheio...quando os 5 ml entram o estômago já está
vaziiiiinho!
Ora bolas, nenhuma criança, que
se alimenta oralmente fica de estômago vazio, geralmente ingerem 30 ml por
minuto e assim permanecem com um volume razoável de alimentos (inclusive
sólidos) no estômago...e como vamos acostumar a Helena com este volume?
Resposta: diminuindo o tempo de infusão da dieta...mas, de novo mas...tanto
gastroenterologistas, quanto cirurgiões, quanto nutricionistas e fonos (pelo
menos os que consultei) dizem, recomendam e preconizam que a alimentação via
sonda é diferente (até parece que não sabemos) e que a ingestão deve ser mais
vagarosa...o que me leva a crer que uma vez colocada a gastro (principalmente
em crianças que não se alimentaram via oral como a Helena) é gastro para
sempre!!!!!
Até aí tudo bem, não me importo
com a permanência da gastro porque já temos uma rotina bem articulada e no dia
a dia tiramos de letra, mas porque os médicos e outros profissionais que
trabalham com estas crianças gatrostomizadas não nos mostram esta realidade lá
no começo e permitem nosso desgaste na busca de terapias e formas de as vezes
praticamente obrigar nossos filhos a comer, sendo que vão adquirir esta função
somente socialmente e por isso nem precisávamos nos desgastar tanto...aff...deu
para entender? Não sei, só sei que estou em um momento exaustivo da vida em que
quero mais é poupar a Helena de esforços se não desnecessários pelo menos
improdutivos neste momento do seu desenvolvimento...
Estou quase deixando a Helena
comer o que quiser por enquanto e mais adiante quem sabe partir de novo para o
insiste, insiste...sorte que a Helena simplesmente AMA a Vivi sua fono, assim
pelo menos as sessões são mais light e sem choradeira, só brincadeira, hehe
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