segunda-feira, 11 de junho de 2012

NUTRIÇÃO

Há tempos queria fazer esta postagem, mas tenho andado muito sem tempo...a Helena e sua asma também tem nos deixado bastante preocupados e e as crises pelas quais ela passou nos últimos tempos a levaram até a estrear (pós-UTI) nos antibióticos...fazer o que?

Enfim, já havia comentado em postagens anteriores sobre as dificuldades gastrointestinais causadas pelo uso da gastrostomia e também sobre os meus receios nas questões ligadas as perdas nutricionais que uma alimentação que não acontece via oral pode acarretar. Em pesquisas que comecei a fazer acabei encontrando muita informação e fiquei perdida em como organizar e, o mais importante, filtrar as que são confiáveis e que se encaixavam na situação da Helena.

Como professora e pesquisadora resolvi então ir direto à fonte e fiz contato com uma professora aqui na UFOP da Escola de Nutrição. Gostaria de ressaltar o ótimo trabalho desenvolvido aqui com a nutrição infantil em projetos de extensão da Universidade e o carinho e disponibilidade com os quais fui recebida pelos colegas professores. O meu contato direto foi a Profª Drª Maria Cristina Passos que me recebeu pessoalmente e muito se comprometeu em me ajudar na orientação nutricional da Helena. Como a Universidade não trabalha com nutrição infantil para crianças que usam gastrostomia ela me encaminhou para um grupo criado na Santa Casa de Misericórdia de Ouro Preto. Então a Helena começou a fazer parte de um grupo de Assistência Nutricional formado por uma nutricionista, uma nutróloga, uma psicóloga, uma fonoaudióloga e um pediatra.

Fiquei inicialmente receosa, mas muito empolgada com a estruturação do grupo e com a seriedade do trabalho. Até então a Helena foi atendida somente pela nutricionista e depois de um período de adaptação à dieta sugerida, e se necessário for, os demais profissionais irão também atendê-la. O mais interessante é que, mesmo não sendo atendida por eles o caso dela foi discutido em grupo e a sugestão de dieta foi feita sob a supervisão de todos.

Mas esta postagem tem uma finalidade prática mesmo...apesar de saber que as orientações nutricionais são muito individuais eu gostaria de pontuar algumas modificações que foram muito proveitosas para a Helena:

1. Retirada do leite da dieta: apesar do leite que usávamos ser sem lactose o perfil alérgico da Helena pede uma dieta sem leite e seus derivados que não necessariamente causam alergia mas podem agravar um quadro alérgico e as vezes até mesmo inflamatório - a troca foi feita por uma fórmula, no caso dela o Fortini da Support.

2. Inclusão do probiótico em pó (1/2 sachê todos os dias, misturado ao suco ou vitamina) - um ponto que me intrigava bastante na dieta via sonda é que as fibras acabam sendo retiradas, por mais que tentemos as fibras são coadas para que a dieta passe pelo orifício da sonda no abdômen e aí adeus fibrinhas...assim o probiótico equilibra esta perda. No caso da Helena foi muito bom...o intestino funcionava normalmente mas com cocô muito durinho, agora a consistência é outra e além do mais o probiótico protege floras estomacal e intestinal - tivemos a prova durante os dez dias de uso do antibiótico, a Helena tolerou todas as dietas e o intestino só funcionou mais vezes, mas ela não teve diarreia, comum com o uso de antibióticos de amplo espectro como o que ela usou.

3. Inclusão do óleo de linhaça dourada (duas colheres de chá por dia misturadas à fórmula ou a papinha): este óleo é rico em omega 3 e 6 compostos que tem comprovadamente ajudado na plasticidade e recuperação neuronal devido à sua ação antioxidante. Como a maior fonte na alimentação destes compostos é o peixe a coisa ficava meio complicada. A Helena come peixe mas a retirada do "suco" da carne de peixe é bastante restrito e assim ele não é tão bem aproveitado como deveria, assim o óleo de linhaça vem para esta compensação e para muitas outras que os antioxidantes trazem para a nossa vida.

No mais algumas frutas foram acrescentadas como acerola, kiwi e caqui e outras reforçadas como o melão e a melancia...além do uso diário de couve e cenoura cruas nos sucos.

Enfim, nenhuma mágica retirada da cartola, mas boas orientações que já mostram fazer a diferença...

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